Juarez Marcondes Filho
Jesus nasceu em Belém, cidade ao sul de Jerusalém, para onde tinham se dirigido seus pais a fim de comparecerem ao recenseamento. O texto bíblico nos dá conta de que ao dar à luz, Maria o deitou numa manjedoura, lugar em que se colocavam os alimentos para os animais. Daí, pensar-se que o lugar específico em que Jesus nasceu foi uma estrebaria, um estábulo. Alguns comentaristas afirmam que Jesus teria nascido numa caverna que havia sido usada como estábulo para animais; outros, declaram que ele teria vindo ao mundo diante do céu aberto e estrelado, sendo a manjedoura um empréstimo de alguma estrebaria próxima. Se nos detivermos neste aspecto, poderemos levar muito longe esta discussão, chegando até a descaracterizar determinados símbolos natalinos.
A pergunta que encabeça esta mensagem merece uma resposta mais ampla. Em primeiro lugar, devemos ter em mente que Jesus nasceu em nosso mundo. Parece um tanto óbvio. No entanto, para muitos Jesus não passa de um ser mítico, desencarnado, uma espécie de sentimento coletivo que desembocou na figura de um indivíduo, dotado de gestos espetaculares, mas não necessariamente, o Filho de Deus. Os docéticos (seguidores da doutrina de que Jesus não foi verdadeiramente um homem, apenas, tinha uma aparência humana; do verbo ‘dokéo’, que significa ‘parecer’), tanto no passado como hoje, não podem aceitar que o Eterno Deus, na pessoa de Cristo, fez-se gente como nós.
A humanidade de Cristo é doutrina de fundamental importância na teologia cristã. Ele é perfeitamente Deus e perfeitamente homem. Viveu plenamente a humanidade, quer as fases do desenvolvimento humano, quer as dores e angústias próprias da realidade terrena. A Escritura afirma que “Jesus chorou” (João 11.35), que ele sentiu-se abandonado (Mateus 27.46); nada disso foi mera dramatização.
Por outro lado, os momentos de alegria e festejo não deixaram de ter lugar em sua vida e ministério, procurando em todos eles demonstrar sua participação integral entre os homens. De fato, Jesus nasceu entre os homens. Ou seja, ele não fez parte de uma história em particular, de eventos que não tiveram palco no presente universo e no seio da humanidade. Absolutamente, não. Seu nascimento ensejou a habitação de Deus com os homens, pois, “o verbo se fez carne e habitou entre nós” João 1.14). É maravilhoso servir a um Deus tão próximo de nós.
Mas ele é mais chegado ainda do que imaginamos. Jesus, também, nasceu em nossos corações. E renasce dia a dia em nossa vida. Efetivamente é inócua a discussão sobre o locus em que Jesus veio ao mundo se ele ele não habitar o íntimo de nossas almas. Aceitá-lo como único e suficiente Salvador é o requisito mínimo para qualquer discussão a posteriori.
Temos que ser qual a manjedoura, como um berço para embalar a presença de Deus no mundo. Como portadores das boas-novas, somos os instrumentos que anunciam a verdadeira esperança, pois, “um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).
Sejamos o lugar onde a presença de Deus vem permanentemente ao mundo, dando vida e luz, perdão e redenção, esperança e fé, amor e alegria, paz com Deus e paz com os homens.
Fonte: http://ejesus.com.br/conteudo/5331/
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