Deus tem nos alistado em sua marinha de guerra, e nos colocado em seu navio.
A embarcação tem um propósito — transportar-nos em segurança à outra margem.
Este não é um navio de cruzeiro; é um couraçado de guerra. Não fomos chamados a uma vida de lazer; fomos convocados a uma vida de serviço.
Cada um de nós tem uma tarefa diferente. Alguns, preocupados com os que se afogam, estão arrebatando pessoas da água.
Outros estão ocupados com o inimigo, assim eles guarnecem os canhões da oração de da adoração. Ainda outros devotam-se à tripulação, alimentando e treinando seus membros.
Embora diferentes, estamos na mesma.
Cada um pode contar de um encontro pessoal com o capitão, pois cada um recebeu uma chamada pessoal. Ele achou-nos entre os barracos à beira do cais, e convidou-nos a segui-lo. Nossa fé nasceu à vista de seu afeto, e assim nós fomos.
Todos o seguimos, pela prancha da sua graça, para o mesmo barco. Há um único capitão e um único destino. Embora a batalha seja feroz, o barco é seguro, pois nosso capitão é Deus. O navio não afundará. Por isso, não há inquietação.
Há preocupação, no entanto, com a desarmonia da tripulação.
Quando subimos a bordo, compreendemos que a tripulação era feita de outros iguais a nós. Porém, conforme vagueamos pelo tombadilho fomos encontrando curiosos convertidos, com aparências curiosas. Alguns usando uniformes que nunca vimos estilos esportivos que jamais conhecemos.
— Por que vocês têm esta aparência? — Perguntamos.
— Engraçado — replicam eles. — Estávamos nos perguntando a mesma coisa a respeito de vocês.
A variedade das vestimentas nada é perto da perturbadora miscelânea de opiniões. Há um grupo, por exemplo, que se ajunta todas as manhãs para sérios estudos. Eles promovem disciplina rígida e expressões sombrias.
— Servir o capitão é coisa séria — explicam eles. Não é por coincidência que eles tendem a se reunir na popa.
Há um outro regimento profundamente devotado à oração.
Eles não apenas acreditam em oração; acreditam em oração de joelhos. Por esta razão, você sempre sabe onde localizá-los; eles do navio estão na proa
E então tem aqueles que acreditam firmemente que o vinho deve ser usado na Ceia do Senhor. Você os encontrará do lado do porto.
Ainda há um outro grupo que se posiciona próximo ao motor.
Eles passam horas examinando os parafusos e porcas do navio.
São conhecidos por ficarem no convés inferior. Ocasionalmente, são criticados pelos que se demoram no tombadilho, sentindo o vento nos cabelos e o sol na face.
— O que interessa não é o que vocês aprendem — argumentam esses da borda do navio —, mas o que vocês sentem.
E, oh, como tendemos a nos agrupar.
Alguns acreditam que, uma vez que se está no navio, não se pode sair. Outros dizem que você deve ser tolo por exagerar, mas a escolha é sua.
Uns acreditam que você é voluntário para o serviço; outros, que você foi destinado para ele antes de o navio ser construído.
Alguns vaticinam que uma tempestade de grande tribulação abater-se-á antes de desembarcarmos; outros, que ela não virá enquanto não estivermos seguros em terra firme.
Há aqueles que falam com o capitão numa língua pessoal. E há aqueles que acham que tais línguas são extintas.
Uns acham que os oficiais devem usar mantos; outros, que não deve haver oficiais. E ainda há quem ache que todos somos oficiais e todos devemos usar mantos.
E, oh, como tendemos a nos agrupar.
E então há aquela discussão dos encontros semanais, onde o capitão é agradecido, e suas palavras são lidas.
Todos concordam sobre a importância desses encontros, porém poucos concordam quanto a sua natureza. Alguns o querem barulhento; outros, silencioso. Alguns desejam rituais; outros, espontaneidade.
Alguns querem celebrar a fim de poderem meditar; outros querem meditar, a fim de celebrar. Alguns querem um encontro para esses que têm ido para o mar. Outros querem alcançar esses que foram para tornar, mas sem ir ao mar, e sem negligenciar os que estão a bordo.
E, oh, como tendemos a nos agrupar.
A conseqüência é um navio balouçante.
Há agitação no tombadilho. Disputas têm surgido. Marinheiros têm se recusado a falar uns com os outros. Ocasiões há, em que um grupo se recusa até mesmo a reconhecer a presença do outro no navio.
E o que é mais trágico, alguns à deriva têm preferido não subir a bordo, por
causa das rixas dos marinheiros.
— O que fazemos?— gostaríamos de perguntar ao capitão. —
Como estar em harmonia no barco?
Não precisamos ir longe para achar a resposta.
Na última noite de sua vida, Jesus fez uma oração que se levanta como uma fortaleza para todos os cristãos:
Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me
enviaste. (Jo 17.20, 21 NVI)
Quão preciosas são essas palavras. Jesus, sabendo que o fim está perto, ora uma última vez por seus seguidores. Surpreendente, não? Ele não orou pelo sucesso deles, nem por sua segurança, ou por sua felicidade. Ele orou por sua unidade. Orou para que amassem uns aos outros.
Enquanto orava por eles, Jesus também orou por “aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles.” Quis dizer nós!
Em sua última oração, Jesus orou para que você e eu fôssemos
Fonte: Nas garras da graça- Max Lucado
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